Morre o crítico e curador do Festival de Cinema de Gramado, Rubens Ewald Filho

Com uma carreira de mais de 50 anos dedicados ao cinema, um dos maiores críticos brasileiros e querido curador do Festival de Cinema de Gramado, Rubens Ewald Filho, morreu nesta quarta-feira, 19, ao 74 anos. Rubens estava internado desde o dia 23 de maio, no Hospital Samaritano, em São Paulo, quando sofreu um mal súbito e caiu de uma escada rolante.

A chegada de Rubens ao Festival aconteceu na 40ª edição, em 2012, um dos momentos de maior transformação, ano de mudanças no conceito do evento e na própria realização. Naquele ano, a curadoria também foi renovada e passou a ser composta, além de Ewald, por José Wilker e Marcos Santuário.

O prefeito de Gramado, João Alfredo de Castilhos Bertolucci, o Fedoca, e o presidente da Gramadotur Edson Humberto Néspolo expressam suas condolências aos familiares e amigos em nome, também, da cidade de Gramado e do Festival de Cinema. Ainda não há informações sobre o velório e o enterro.

Nascido em 1945, em Santos, Rubens começou a carreira no jornal santista A Tribuna, publicação para a qual escreveu por mais de 52 anos. Ao longo da vida, trabalhou nos maiores veículos de comunicação do país, entre eles, Rede Globo, Bandeirantes, SBT, Grupo Record (R7 e Record News), Rede TV, TV Cultura, HBO, Telecine, TNT, Jovem Pan e colaborou também com as revistas Veja e Nova, com os jornais Folha de São Paulo, Jornal da Tarde, entre outros.

Habituado desde menino a anotar e avaliar todos os filmes a que assistia, colecionou incontáveis caderninhos ao longo da vida, que registram a impressionante marca de mais de 60 mil títulos inéditos assistidos, entre longa e curta-metragens. “De 60 para 70 mil”, como revelou recentemente durante entrevista concedida ao canal do YouTube Meu Tio Oscar. Não à toa, foi um dos mais longevos comentaristas do Oscar, contabilizando 34 edições ininterruptas, para diferentes canais de TV, desde 1985.

Seus guias anuais Cinema com Rubens Ewald Filho, nos quais reunia, em média, mais de mil indicações de filmes inéditos por edição, são referência para a cinematografia, considerados por muitos como os melhores registros de cinema em língua portuguesa.

Homem de múltiplos talentos, transitou também pelo teatro e pela televisão. Foi roteirista e autor de novelas e filmes ao lado de nomes consagrados como Silvio de Abreu, com quem dividiu a assinatura de roteiro e autoria das pornochanchadas Elas são do barulho e A árvore dos sexos, ambas de 1977, e Éramos Seis, produção baseada no livro de Maria José Dupré e exibida originalmente pela extinta TV Tupi. A novela ganhou um remake de sucesso em 1994, no SBT, e será exibida de novo como a próxima novela das seis da Rede Globo, com estreia prevista para outubro de 2019. Entre 1978 e 1982 ainda escreveu Gina, Drácula, uma história de amor, Um Homem muito Especial, O Pátio das Donzelas, Casa de Pensão e Iaiá Garcia. Como ator, integrou o elenco de As Gatinhas (1970) e A Casa das Tentações (1975), entre outros. No teatro, dirigiu a adaptação de O Amante de Lady Chatterley, de D.H. Lawrence (1885-1930); Querido Mundo, de Miguel Falabella; e Doce Veneno, adaptação do livro O Doce Veneno do Escorpião, sobre Bruna Surfistinha.

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