A crueza das ruas e o delírio imagético da noite de quinta

Os debates entorno do longa chileno “Perro bomba” e o brasileiro “Veneza”, exibidos quinta-feira à noite, movimentaram os debates da sexta no hotel Serrazul.

O filme do jovem diretor Juan Cáceres foi saudado pela capacidade e habilidade de aproximar linguagens pela inserção de músicas no entremeio da trama, que foi criada muito no fluxo dos acontecimentos que envolviam a equipe.

O protagonista haitiano Steevens Benjamin contou que boa parte da história de seu personagem é também a sua: a casa onde filmou, os amigos com quem contracena, algumas das atividades profissionais que ocupa no filme. Há apenas um ano ele deixou as fábricas e as vendas ambulantes pelas ruas para se dedicar à profissão de ator.

O diretor Juan Cáceres ressaltou essa fusão de ficção com realidade como uma das intenções estéticas e narrativas no primeiro filme protagonizado por um negro na filmografia chilena.

“Nosso filme se nutre de muitas fontes, é feito nas ruas, pelas ruas”, destacou ele, contextualizando o drama do personagem que perde o emprego e vaga pela cidade em busca de conforto e afeto.

Questionado sobre a relação sexual furtiva do protagonista com uma advogada de uma ONG que auxilia migrantes, Cáceres argumentou:

“Por mais dolorosa e incômoda, algumas cenas têm que estar presentes”, falou, contando que a inclusão da sequência veio de uma pesquisa com profissionais ligados a entidades que acolhem migrantes.

O debate que reuniu boa parte do elenco do longa “Veneza” foi perpassado por comentários elogiosos, além de emoção do diretor e de boa partes dos atores, que declararam seu amor e gratidão pelo projeto, seus personagens e a imersão de 28 dias numa locação uruguaia. Falabella também se emocionou, chorou.

“Demorei dez anos para fazer “Veneza”. Diziam para eu fazer comédia. Mas isso eu faço na televisão. Gosto de brincar de várias coisas. Vou morrer inventando moda”, falou o diretor.

Falabella também respondeu aos questionamentos sobre as cenas eróticas, a fotografia e o clima onírico que se instala na segunda parte da trama.

“Desde o início buscava esse delírio, esse sonho, um olhar fabuloso que crescesse para o um final de impacto. É um contraponto diante de uma realidade dolorida, de tanta gente machucada. E esse elenco múltiplo que consegui reunir é uma festa da latinidade. É um olhar poético para estas mulheres”, explicou, assumindo referência do diretor italiano Luchino Visconti para a estética de seu filme.

A estreia em Gramado foi saudada por Falabella, elenco e equipe de produtores pela importância e a longevidade do Festival.

“É um festival que resiste e insiste com tanto empenho. E isso é da maior importância”, comentou Du Moscovis.

Ministério da Cidadania, Secretaria de Estado da Cultura, Stone Pagamentos e Gramado Parks apresentam o 47º Festival de Cinema de Gramado. Lei de Incentivo à Cultura. Patrocínio: Stella Artois, Snowland, BRDE, Fundo Setorial do Audiovisual e Ancine – Agência Nacional do Cinema. Copatrocínio: Banrisul, o grande banco do sul. Apoio especial: Campari, SEMP TCL, Casa Aveiro. Apoio: Café 3 Corações, G2 Net Sul, Le Joli, Laghetto Hotéis, Lugano, Canal Brasil, Naymar Cia Rio, Miolo Wine Group, Stemac Grupos Geradores, Tecna PUC, Cristais de Gramado. Transporte oficial: KIA. Transportadora aérea ofical: Gol. Agência Oficial: Brocker Turismo. Apoio institucional: Museu do Festival de Cinema de Gramado, SIAV RS, ACCIRS, IECINE, APTC/ABD-RS, Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, Fundacine. Agente cultural: AM Produções. Promoção: Prefeitura de Gramado. Financiamento: Pró-Cultura/RS, Secretaria de Estado da Cultura, Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Realização: Gramadotur, Secretaria Especial da Cultura, Ministério da Cidadania, Governo Federal, Pátria Amada Brasil

 

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