LAÍS BODANZKY – Troféu Eduardo Abelin

Quem sai aos seus não degenera. A diretora, produtora e roteirista Laís Bodanzky é filha do cineasta Jorge Bodanzky e da professora de História da Arte Lena Coelho. Laís seguiu os passos, os ensinamentos e a sensibilidade artística dos pais.

Como Nossos Pais parece nome de filme, e na verdade foi, mas falaremos mais adiante. Antes de optar pelo cinema, Laís experimentou o teatro, como atriz, mas sua carreira se fez atrás das câmeras. Começou com o pé direito. Estreou na direção com o curta-metragem Cartão Vermelho, selecionado para o New York Film Festival, em 1995. Este trabalho mostra a descoberta da sexualidade de uma menina no meio do universo masculino do futebol. Na sequência, ao lado do parceiro de jornada e marido Luiz Bolognesi, Laís realiza o documentário Cine Mambembe – O Cinema descobre o Brasil, que registra as exibições itinerantes de filmes brasileiros para os públicos sem acesso às salas de cinema. Este trabalho foi premiado como o Melhor Documentário no Festival de Havana.

Laís Bodanzky sempre trabalhou com o cinema e para o cinema. Por 15 anos coordenou o projeto social Cine Tela Brasil, voltado ao ensino e exibição de filmes nas periferias do Brasil. Com este currículo de serviços prestados ao cinema brasileiro, o reconhecimento nacional e internacional chegou. A consagração veio no início dos anos 2000. Aclamado como um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, Bicho de Sete Cabeças é um divisor de águas na carreira de Laís. Além de ser o nome que projetou internacionalmente o ator Rodrigo Santoro, o longa é um dos mais premiados filmes brasileiros do Século 21. A produção recebeu, entre outros, o Prêmio Qualidade Brasil, o grande Prêmio do Cinema Brasileiro, e o Troféu da Associação Paulista de Críticos de Arte. Foi, também, o filme mais premiado do ano nos festivais de Brasília e do Recife.

Gramado também faz parte da trajetória de sucesso da realizadora. Depois da première mundial no Festival de Berlim, o longa Como Nossos Pais foi selecionado para o 45º Festival de Cinema de Gramado, no qual recebeu seis Kikitos: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Atriz, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Montagem.

Dramas sociais, realidade urbana e conflitos individuais são ingredientes constantes do tecido social que unifica toda a filmografia desta grande realizadora do cinema brasileiro.

Por este trabalho destacado como artista comprometida com o crescimento do cinema brasileiro, o Festival de Cinema de Gramado concede o Troféu Eduardo Abelin de 2020  à cineasta Laís Bodanzky.

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