Dramas reais inspiram a ficção em “Aquarela” e “Minha Mãe, Minha Filha”

A quarta noite do 46º Festival de Cinema Gramado apresentou várias atrações ao público do Palácio dos Festivais. Além da entrega do Troféu Oscarito para o ator Edson Celulari e da exibição dos longas, a mostra competitiva de curtas-metragens exibiu os filmes “Aquarela”, co-dirigido por Thiago Kistensmacker e Al Danuzio e “Minha Mãe, Minha Filha”, de Alexandre Estevanato. Ambas obras apostam na adaptação de dramas reais da sociedade para a ficção cinematográfica.

 “Aquarela” surgiu a partir de reportagens publicadas há mais de 4 anos sobre mulheres que visitam maridos presos. O enredo do filme conta a história de Ana que, vindo de uma família humilde, vai visitar o marido na prisão e entra em contato com outros presidiários, se vendo também presa do lado de fora com a família. “Foi um desafio muito grande porque são histórias reais. Houve uma pesquisa em torno dessas mulheres. Um diferencial de ‘Aquarela’ é estarmos olhando para a esposa do detento e não apenas para a história dele no presídio, porque às vezes quem está encarcerado é a família inteira”, ressalta Luna Gandra, produtora e protagonista do curta.

O filme foi exibido três vezes no Maranhão, no cinema independente do centro histórico de São Luís, e a equipe considera a exibição em Gramado sua estreia oficial. Infelizmente são pouquíssimos filmes maranhenses que conseguem esse espaço, ainda mais se tratando de um curta. Então quando a gente soube foi uma festa muito grande”, conta Al Danuzio.

Toda a verba de “Aquarela” foi captada por meio de um único edital do próprio estado, que cobriu os custos da produção.  “Só foi possível estudar essa história e ter acesso às penitenciárias com a colaboração e o patrocínio do Estado do Maranhão, por meio de um edital que ganhamos. O governo teve a mente aberta para apostar em um filme que vai contra algo que é do próprio sistema, possibilitando debater esse assunto”, ressalta Thiago Kistenmacker.

O outro curta-metragem da noite foi o drama “Minha Mãe, Minha Filha”, de Alexandre Estevanato, que enfoca uma família que precisa lidar com a doença de Alzheimer da matriarca, apostando no amor para resgatar memórias que se perdem. O elenco inclui as atrizes Eva Wilma e Helena Ranaldi. O projeto foi idealizado pela roteirista, Cintia Sumitani, que, no púlpito do 46º festival de Cinema de Gramado, o dedicou “a todas as mulheres que, por senso de obrigação ou responsabilidade, abdicam de suas próprias vidas para cuidar dos outros”.

O filme já passou em 15 festivais, o que anima os realizadores sobre o potencial de debate que pode surgir a partir do filme. “Além de entretenimento, o cinema tem como função gerar reflexão. Pretendemos provocar e emocionar o público por meio do nosso filme, de maneira delicada, mesmo falando de um assunto tão pesado e difícil”, ressalta o diretor.

(Texto: Iago Kieling / Foto: Cleiton Thiele /Pressphoto)

Ministério da Cultura, Secretaria de Estado da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer e Snowland apresentam o 46º Festival de Cinema de Gramado. Lei de Incentivo à Cultura. Patrocínio: Stella Artois e Casa Aveiro By Dolores. Apoio especial: Gramado Parks. Apoio: Stemac Grupos Geradores, Lugano, Cristais de Gramado, Viviela London, G2 Net Sul e ENIT – Agência Nacional de Turismo da Itália. Apoio institucional: Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, Fundacine, ACCIRS, IECINE, APTC/ABD RS, SIAV e Museu do Festival de Cinema de Gramado. Agência Oficial: Vento Sul Turismo. Transporte Oficial: Kia. Agente Cultural: AM Produções. Promoção: Prefeitura de Gramado. Financiamento Pró-Cultura RS, Secretaria de Estado da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Realização: Gramadotur, Ministério da Cultura, Governo Federal.

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